quarta-feira, 27 de julho de 2011

Estudantes secundaristas protestam contra exoneração de diretores

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM NOTICIA , DIA 09/06/2011 ÀS 17:22H


Cerca de mil alunos secundaristas se manifestaram, na tarde desta quinta-feira (9), através de passeata que ocorreu desde o Colégio Lyceu Paraibano até a Praça dos Três Poderes, em frente Palácio da Redenção da capital. Os secundaristas reivindicam, junto ao Governo do Estado, a validação dos processos eleitorais para diretor dos Colégios Lyceu Paraibano e Olivina Olivia, ocorridos em outubro de 2010. Segundo membro do grêmio Lyceu Paraibano, os diretores das duas instituições receberam as cartas de exoneração na noite desta quarta (8).

“Quatro alunos foram chamados para uma reunião com o secretário de educação [do Estado] e com o assessor do governador, mas eles não apareceram. Disseram que ‘tavam’ vindo e nada. Isso é um desrespeito, pois elegemos nossos diretores e eles tiram”, explica Thaysa Rafaela, membro do Grêmio do Colégio Lyceu Paraibano.

A manifestação se iniciou às 13h e reuniu alunos do Colégio Lyceu Paraibano, Escola Estadual Olivina Olívia, Escola Estadual Professora Úrsula Lianza (EEPUL), Instituto de Educação da Paraíba (IEP). “Nós queremos a volta do nosso diretor. Nós elegemos”, conta Natália Santos, estudante do Lyceu Paraibano.

Segundo a assessoria de Eliza Virgínia (PMDB), membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal de João Pessoa, a exoneração foi justificada por conta de “as urnas [durante das eleições] não terem sido abertas no turno da noite. No entanto, os votos já tinham atingido 85%, que é o mínimo. Esta foi uma decisão arbitrária”.

Em decorrência da impossibilidade de reunião com o secretário estadual de educação, Afonso Scocuglia, e com assessor do governador, os alunos prometem retorno das manifestações nesta sexta-feira (10).

Cabaceiras comemora, a partir desta sexta, Festa do Bode Rei

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM CULTURA , DIA 02/06/2011 ÀS 18:04H


Realizada anualmente na cidade de Cabaceiras - distante a 183,8 quilômetros de João Pessoa - a Festa do Bode Rei chega a sua 13ª edição. O evento, que tematiza a cultura caprino-ovina e se realiza de três a cinco de junho, abrange competições, seminários, discussões gastronômicas, artesanato, expofeira de animais e apresentações de bandas regionais e grupos folclóricos. Ao final da festa, é de praxe ocorrer o casamento do bode-rei com a cabrinha leiteira. Animal do qual só não se aproveita o berro, como diz a guia turística da cidade, o bode é referência na caracterização da localidade.

Ao chegar à cidade de aproximadamente cinco mil habitantes, logo se percebe estátuas de bodes que guardam em si os pedidos daqueles dispostos a tocar nas figuras; também podem ser vistos painéis para fotos em forma de bodes ainda em clima de Copa do Mundo de Futebol; praças que contam com a palavra do caprino em sua composição e, ainda, uma barraca no centro da cidade, na qual se vende tapiocas (adivinha de quê?).

Além da cultura caprino-ovina, Cabaceiras é conhecida, desde 2007, como a Roliúde Nordestina por se apresentar como cenário de mais de vinte filmes. Dentre as obras locadas na cidade estão “Auto da Compadecida”, “Romance”, ambos dirigidos por Guel Arraes; “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de Marcelo Gomes; “Cão sem Dono”, de Beto Brant, dentre outras. A cidade, marcada pela ausência de chuvas, se configura como ideal para as filmagens em decorrência de sua iluminação natural. Batizada por Wills Leal, a Roliúde Nordestina conta com um Memorial Cinematográfico, que guarda recortes de jornal, fotos e banners do filmes locados na cidade. O primeiro filme gravado em Cabaceiras foi aquele nomeado de Forração da Bezerra, na década de 1930.

Cabaceiras também tem sua história marcada por enchentes. A última ocorreu em 2008 por conta de problemas na barragem Boqueirão, quando da enchente de açudes. “Olha ali, ó, a marca perto do telhado, de até onde chegou a água”, mostra a guia. A saúde se depara com um hospital distante: aquele mais próximo se localiza na cidade de Campina Grande, a cinquenta quilômetros. Em relação à comunicação, Cabaceiras conta, ainda, com uma rádio comunitária.

Nos três dias de festa com o bode como rei, o evento ocupará todo o centro histórico da cidade, abrangendo as principais avenidas e prédios públicos. Na programação está a realização de ordenhas, apresentação de quadrilhas, concursos do bode rei. Na ocasião também serão entregues chaves de casas populares na zona rural, entrega do campo de futebol, inauguração de laboratórios de informática e de oferta de um bolo comemorativo dos 176 anos da cidade.

A programação se encontra no site do evento.

Dia dos namorados suscita discussões acerca dos relacionamentos

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM VIDA & ESTILO , DIA 01/06/2011 ÀS 18:15H


Centro da capital João Pessoa, tarde duma quarta-feira. Pessoas em seus ambientes de trabalho, pessoas que andam apressadas, que observam com os olhos impacientes para se fixar em determinado ponto. Maioria desacompanhada e em silêncio. Dia dos Namorados chega já, dia 12 de junho. E o que esta data significa? Ela significa?

Como uma pergunta que muda o semblante para contornos leves, Antonio Jorge, aposentado e à espreita, conta que se encontra em um estado civil tranquilo. Menino de poucas palavras e muitos silêncios, Jorge diz que no dia dos namorados ia “para casa da namorada, claro! Mas ‘ta’ bem para quem tem e bem para que não tem, também”, conta.

Maria das Neves, calma com as vendas de seu fiteiro, conta que seu estado civil “é um alívio. Eu me separei há quatro anos. Tinha muita briga, muita confusão. Mas às vezes é bom você ter uma pessoa com quem você se sente bem. Depois do quarenta, você sente um vazio”, conta. Das Neves diz, ainda, que se apenas lembra o dia nos Namorados “por conta das propagandas. Outra data complicada é nestas do final de ano”, acrescenta.

Silvana Gomes, à espera do ônibus e com um anel no anelar esquerdo, conta que no Dia dos Namorados “é comum trocar presentes. Geralmente vamos a serestas também, que ele gosta. Estou casada há quinze anos e neste dia, passo o dia todo junto com meu marido. Almoço com ele, ganho flores. Ano passado ganhei uma boneca!”, completa.

Almir Soares, ocupado com a mecânica e há quinze anos com a namorada, conta que o este dia é “como qualquer outro. Dou presente só marcar, mesmo. Para dizer que não esqueci. No começo, sim, a gente era mais empolgado, mas depois vai passando. O importante é a presença; a atenção”.

Bancário aposentado e natural da cidade de Olinda, em Pernambuco, Zirlano Teixeira se considera desquitado. “Me separei porque ela tinha um gênio muito forte. Isto foi há quinze anos. Depois disso, comecei a escrever e hoje tenho três livros de poesia publicados”, conta. Sobre poesia, Zirlano pergunta: “Você sabe o que é um soneto? O soneto é formado por três quartetos e dois tercetos. Eu escrevo sobre qualquer assunto. Comecei quando já separado e freqüentador da universidade de economia, escrevi para uma menina de Palmeira dos Índios”, completa. Tematizando o amor e seus percalços, Zirlano recita o primeiro soneto e canta, depois, músicas de Julio Inglesias. “Hoje estou mais tranquilo, menos perturbado. Se não fosse o violão e a poesia, eu já tava doido”.

Cineasta Vladimir Carvalho homenageia escritor José Lins do Rêgo

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM CULTURA , DIA 01/06/2011 ÀS 14:21H


Contador de histórias através da expressão oral embutida na escrita, José Lins do Rêgo alça voo à imaginação de crianças e adultos com a riqueza da descrição indiscreta de detalhes. Um dos pequenos que tiveram mente povoada pelas imagens construídas e rememoradas por José Lins foi o também paraibano Vladimir Carvalho, conhecido por suas obras cinematográficas. Dentre as películas, destaca-se O Engenho de José Lins do Rêgo, lançada em 2006 e que será exibida nesta quarta (1), na Semana José Lins do Rêgo.

“José Lins me alfabetizou indiretamente. Quando pequeno, ouvia Menino de Engenho lido por meu pai e assim, aprendi a juntar as palavras. Depois, li tudo do autor, todas as primeiras edições. Tinha de fazer um filme, era minha dívida de gratidão”, conta Vladimir Carvalho.

Integrante do movimento Cinema Novo, que tinha como uma das propostas a transgressão das regras do cinema comercial, Vladimir Carvalho é entusiasta da exploração da realidade com os olhos do gênero cinematográfico documentário. Assim como Zé Lins, Carvalho conta histórias.

Quando menino de menor estatura, além de formar palavras com as narrativas de Zé Lins, Carvalho também frequentava o cinema com pais e amigos. Mas foi já menino crescido que teve seu primeiro contato com os documentários: “quando passei a me entender por gente, aos vinte anos, vi o longa-metragem O Homem de Aran [do diretor Robert Flaherty]. Percebi um filme sem mocinho e mocinha, sem os pares amorosos e daí em diante foi um caminho sem volta”, lembra.

Depois disto, Carvalho inicia sua expedição pelos caminhos da vida no cinema como roteirista convidado do filme Aruanda, de Linduarte Noronha, em 1960. Diretor de aproximadamente 22 filmes documentários, Vladimir se empenha agora no projeto de documentário acerca de bandas de rock originárias de Brasília, com imagens inéditas de da Legião Urbana e da Capital Inicial, por exemplo. “O lançamento está previsto para setembro. Estamos na fase de finalização”, conta.

Nesta quarta (1), logo mais às 16h30, o cineasta comporá uma mesa redonda juntamente com o também documentarista Lucio Vilar e o crítico literário Hildeberto Barbosa. Logo depois, o documentário O Engenho de Zé Lins será exibido no Espaço Cine Digital. A atividade é parte da programação Semana José Lins do Rêgo, que se realiza no Espaço Cultural.

Zé Lins: Um dos autores mais lidos num país de não leitores

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM CULTURA , DIA 27/05/2011 ÀS 16:24H

Menino das letras escritas com resquícios de engenho e que traz o ritmo oral à mente e aos ouvidos, José Lins do Rêgo vaga ainda, através de sua literatura regionalista, pelas escolas e pelas mentes que aprendem um vocabulário não comum àquele citadino. Com uma existência que vai além dos 56 anos que viveu e escreveu, Zé Lins completaria em 2011, no dia três de junho, 110 anos. A data é comemorada na semana de 31 de maio a 4 de junho com a da Semana José Lins do Rêgo.

“José Lins foi um dos grandes romancistas brasileiros. Inclusive, criou o ciclo da cana de açúcar, que possibilitou uma radiografia da zona canavieira. Ele deixa uma contribuição sociológica e documental de um grande nível estético”, explica o poeta Hildeberto Barbosa.

Zé Lins conversa constantemente com aquelas e aqueles frequentadores de escolas de ensino fundamental e médio. Uma das vias que traz as expressões e pensamentos característicos da zona rural da Paraíba aos meninos e meninas são os livros trabalhados pelas escolas.

Na instituição de ensino estadual Alice Carneiro, na capital, por exemplo, as obras do contador de histórias entram já em contato com as crianças que se encontram no 6º ano. Na Escola de Ensino Fundamental Hugo Moura, a diretora Maricelma Rodrigues afirma que são feitas apenas referências a José Lins, visto que as obras são mais bem trabalhadas quando os alunos chegam ao ensino médio.

“O livro Menino de Engenho chegou a sua centésima edição. Isto reafirma a presença de José Lins no ensino básico e faz com que ele seja considerado um dos autores mais lidos num país de não leitores”, atenta Hildeberto Barbosa.

Os olhos bisbilhoteiros, quando vagueiam, também encontram José Lins do Rêgo sendo chamado quando mencionado no nome de escolas, museus e, ainda, do próprio Espaço Cultural da capital. No museu que faz referência ao menino originário do engenho, no Espaço Cultural, “as crianças chegam curiosas, assim como os turistas e pesquisadores. Estamos funcionando há mais de 25 anos e, por mês, cerca de três escolas vêm nos visitar”, conta o funcionário da Funesc.

“José Lins contribui para uma melhor percepção crítica e amorosa”, acrescenta Barbosa.

Mais informações acerca da Semana José Lins no site da Funesc.

Teatro chega às ruas através da 3ª Mostra de Teatro de Grupo

POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM CULTURA , DIA 24/05/2011 ÀS 20:15


Teatro na rua, na praça, na vida. Esta discussão permeia a 3ª Mostra de Teatro de Grupo iniciada nesta segunda (23) e que prossegue até o próximo sábado (28). Os espaços buscam por em diálogo e em debate as inquietações e comportamentos humanos representados através da linguagem e da prática de vida teatral. Tais práticas são expressas, na mostra, através de espetáculos – como o desta segunda, que agregou cerca de 800 pessoas – e, ainda, de oficinas e rodas de diálogo.

“Buscamos ampliar o debate estético e artístico, fazendo dialogar grupos de teatro que trabalham com a pesquisa contínua. Para isto, buscamos trazer pessoas que são referência para nós”, explica Gledson Galego, membro do Grupo Ser Tão Teatro.

Tema da mostra, o teatro de e na rua traz aos olhos do espectador elementos como a imprevisibilidade, exposição, luzes características do espaço e pessoas que se sentem mais perto daqueles que se a(re)presentam. O cachorro passa, o ébrio participa.

“Nós temos algo a dizer e a mostrar. Mas não, mostrar de forma espetacularizada. Temos também algo a questionar e com isso, trazer o debate. Buscamos fazer do entretenimento um momento de reflexão”, acrescenta Galego.

E como é ser teatro, viver nele?

Galego responde que tem algo a ver com a mágica da troca direta com o público. “Nada do que eu te disser vai conseguir explicar. O teatro é a possibilidade de estabelecer relações, de resgatar as saudades. Como quando nos apresentamos numa favela ainda não pacificada do Rio de Janeiro e descobrimos que 80% dos moradores eram nordestinos. No final, uma senhora chegou com os olhos cheios de lágrimas”, conta.

A mostra se faz para fazer mostrar as características e particularidades da prática teatral. “É o sonho de ganhar substância”, completa Galego.

Matrizes da cultura popular e resgate da dramaturgia cultural em diálogo com a contemporaneidade se configuram como combustíveis do grupo que realiza a mostra, o Ser Tão Teatro. Iniciado em 2007, o Ser Tão se define como aqueles que pesquisam e experimentam acerca do teatro. Formou-se e se forma na cidade de João Pessoa, a partir da reunião de alunos e profissionais das artes cênicas da UFPB. O grupo se encontra caminhando com o terceiro espetáculo, o Flor de Macambira. O últimos foram a Farsa da Boa Preguiça e Vereda da Salvação.

Serviço

O quê? 3ª Mostra de Teatro de Grupo

Onde? Largo de São Pedro Gonçalves e Casa de Musicultura, no Centro Histórico de João Pessoa

Quando? De 23 a 28 de maio

Quanto? Grátis

Programação? No site do Grupo Ser Tão Teatro

Banda paraibana Evoé abrirá o show de Tom Zé, no Som das 6, nesta sexta


POSTADO POR ISA PAULA MORAIS EM CULTURA , DIA 18/05/2011 ÀS 15:46H


O vento ganha contornos no canto de mistérios, nos báquicos segredos, no impulso das cordas do violão, na voz sussurrante. E assim Baco, deus grego conhecido por Dionísio, é saudado quando o ar se articula e, por fim, expressa “Evoé!”. Banda paraibana que dá as boas vindas da terra pessoense a Tom Zé no Projeto Som das 6 desta sexta (20), Evoé! comemora um ano de seu primeiro contato com o palco e com os olhos curiosos numa apresentação que virá antes e também permeará o cantor baiano intitulado, ainda, de jardineiro.

por Cecília bandeira

Cultivando e fazendo brotar as flores sonoras, Evoé! encharca a terra paraibana com uma música entremeada de vozes da novidade baiana, pernambucana, da tropicália, da cultura pessoense e dos cidadãos comuns e instigados. Unindo estas expressões além daquela que lhe é característica, Evoé! conta com um repertório de 13 músicas autorais, construídas por todo o conjunto.

“A ideia de uma música pode começar a partir de um ‘rock’, por exemplo. Carlos, mesmo, tem muito disso. Daí cada um vai dando pitaco”, conta Nina, vocal. Carlos Pereira contribui com a voz, violão e letras; Emanuel Badu com o violão e o saber acumulado; Italo Bigode, com o sopros da vida; Nina, como foi já dito, empresta a voz ao microfone e às letras; Pedro Regada e Tom trazem aos ouvidos a percussão. A fusão destas experiências individuais e comuns proporciona às mentes um som que agrega a delicadeza dos pensamentos concretizados em harmonia.

“Som é energia. Cada música vem de um universo interior, acumulado durante a vivência. Uma melodia simples aglutina muitas percepções. Acho que é assim que deve ser a psicodelia. Cantando, a gente sente e faz sentir; é a arte da sensação”, conta Nina com suavidade no nome e na voz.

Tida como prática cultural e humana, a música se define, muitas vezes, como combinações de sons e silêncios. No entanto, é mais. O silêncio declama, a harmonia (re)clama. E da sintonia do grupo vem a sintonia da música, que concretiza – entre aspas –, a identidade. “É como fosse preparada uma cama para mim. Se não estamos em sintonia, a caminha não é preparada”, acrescenta Nina.

Evoé e Tom Zé, que rimam até, farão chegar, nesta sexta, coisas deste mundo, que deste mundo não parecem ser. O Ponto Cem Réis se povoará dos pedaços de céu e dos versos arranhados. A apresentação de Tom Zé contará, ainda, com a presença do músico paraibano Felipe Kariri, que emprestará a sua voz e a da viola.

Serviço

O quê? Projeto Som das 6, com Evoé e Tom Zé

A que horas? A partir das 18h

Onde? Ponto de Cem Réis

Quando? 20 de maio (sexta-feira)

Quanto? De graça